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05/01/2009 - Tunel do tempo: Coritiba Campeão Brasileiro de 1985

A História do Campeonato Brasileiro no qual o Coxa se tornaria campeão começou no dia 27 de janeiro de 1985, quando o Coritiba entrou em campo contra o São Paulo no Couto Pereira e venceu por 3x1 com dois gols de Índio e um de Tóbi, ainda sob o comando do técnico Dino Sani.

Mesmo começando bem o campeonato com a vitória sobre o São Paulo e outra contra o Cruzeiro, Dino Sani não resistiu a duas derrotas seguidas contra Bahia e Vasco da Gama e acabou sendo dispensado. Em razão do curto espaço de tempo entre um jogo e outro, a Diretoria resolveu colocar Dirceu Krüger como técnico interino na partida contra o Goiás, que terminaria empatada, enquanto acertava a contratação de Ênio Andrade para o resto do campeonato.

Ênio Andrade não começou bem, perdeu o primeiro jogo em casa contra o Flamengo e os dois seguintes fora de casa contra Internacional e Portuguesa, só vindo a vencer no quarto jogo, contra o Náutico por 2x0, gols de Índio e Édson. O Coritiba não se saiu bem no primeiro turno e precisaria ganhar o segundo turno para se classificar para a segunda fase. Mesmo com uma campanha irregular, pois conseguia grandes resultados fora de casa, como as vitórias diante de Cruzeiro e São Paulo, mas acabava tropeçando em casa, como nas derrotas para Bahia e Portuguesa, o Coxa conseguiu a classificação com um a vitória dramática sobre o Santos no Estádio Couto Pereira. Encerrada a primeira fase, o Coritiba como campeão do segundo turno no grupo A, juntou-se ao Sport, campeão do primeiro turno no grupo C, o Joinville, classificado por índice técnico no grupo D e o Corinthians, por índice técnico no grupo A.

Na segunda fase, o Coritiba estreou em Recife empatando com o Sport. Na seqüência jogou duas partidas em casa contra Corinthians e Joinville, vencendo ambas e colocando o Coxa na liderança do grupo ao final do primeiro turno.

Logo na primeira rodada do segundo turno, o Corinthians venceu o Coritiba, enquanto o Sport venceu o Joinville. Com isso o grupo ficou embolado, mantendo todos os times na briga. Contudo, já na rodada seguinte, enquanto o Sport terminava com as esperanças do Corinthians, o Coxa despachava o Joinville em Santa Catarina. Jogando pelo empate na última rodada para se classificar para as semifinais, o Coxa jogou pelo regulamento, se classificou para disputar com o Atlético/MG uma vaga na final.

Na primeira partida contra o Galo, no Couto Pereira, o zagueiro Heraldo fez o gol da vitória com uma cabeçada aos 13 minutos do segundo tempo e com isso inverteu a vantagem que o Atlético/MG tinha, de jogar por dois empates.

Antes do segundo jogo, mesmo tendo perdido a vantagem de jogar por um empate e com a obrigação de ganhar para conquistar a vaga na final, os diretores atleticanos já faziam o planejamento para o jogo contra o Bangu no Rio de Janeiro.

Porém, eles esqueceram que pela frente tinham o Coritiba com o estrategista Ênio Andrade no banco e, mesmo pressionando o jogo todo, não conseguiram marcar o gol que os levaria à final. O goleiro Rafael, em uma noite inspirada, realizou pelo menos dois milagres naquela noite, em Belo Horizonte, diante de um Mineirão lotado. Com o empate em 0x0 o Coritiba, além de assegurar a passagem para a finalíssima contra o Bangu, também garantia o direito de participar da Copa Libertadores no ano seguinte.

A final seria numa quarta-feira no Maracanã, pois o Bangu, mesmo tendo uma equipe de respeito, tinha disputado o campeonato contra equipes mais fracas e com isso conseguiu uma melhor campanha. Ênio Andrade, que tinha o grupo na mão, decidiu ficar em Belo Horizonte até terça-feira, deixando somente o Bangu se empolgar com a imprensa carioca.

Enquanto isso, Evangelino se preocupava com a arbitragem da partida contra o time do bicheiro Castor de Andrade. Assim que saiu a escala, Evangelino consultou Mozart Giógio, paranaense que trabalhara na CBF, e esse o tranqüilizou, dizendo que com Romualdo Arpi Filho o Coritiba poderia ficar sossegado.

Finalmente chegava o dia 31, Maracanã lotado com quase 92.000 pagantes, a torcida do Bangu apoiada por vascaínos, flamenguistas, fluminenses e botafoguenses era a grande maioria, apesar da boa presença dos cerca de 10.000 torcedores do Coritiba que lotaram ônibus, carros e aviões para acompanhar a grande final.

O jogo foi bem disputado, com nenhuma das equipes querendo se expor muito. O Coritiba saindo sempre nos momentos certos, marcou seu gol em uma cobrança de falta aos 26 minutos, quando Índio acertou um belo chute no ângulo do goleiro Gilmar. Porém a vantagem durou pouco e, aos 35 minutos Lulinha chutou sem chances para Rafael.

No segundo tempo, o Coritiba estava com Marildo e Almir sem as condições ideais. Mesmo assim os atletas demonstraram profissionalismo e ficaram o máximo que puderam agüentar. Com isso o Coritiba não buscou tanto o ataque e o Bangu não conseguiu transpor a defesa Alviverde, o mesmo acontecendo durante toda a prorrogação.

Com a igualdade em um gol no placar, a decisão iria para as penalidades máximas. Na primeira série nenhum erro, Índio, Marco Aurélio, Edson, Lela e Vavá marcaram para o Coritiba; Gilson, Pingo, Baby, Mário e Marinho fizeram para o Bangu. Na série de cobranças alternadas, Ado correu e chutou para fora. O título estava nos pés de Gomes que, com categoria, decretou: Coritiba Campeão Brasileiro! Foi o primeiro título de Campeão Brasileiro conquistado por um clube paranaense.

Uma festa até hoje inigualada iniciou-se naquele instante em Curitiba e por todo o estado do Paraná. Já era madrugada do dia 1º de agosto quando a capital explodiu em alegria e comemorou o título inédito. Enquanto parte da torcida fazia a festa nas ruas e no Estádio Couto Pereira, outra parte foi recepcionar os campeões no Aeroporto Afonso Pena, inclusive o saudoso governador do estado, José Richa, que decretou feriado naquele dia para as comemorações.

Animados pelo som de dois trios elétricos, os jogadores iam saudando a torcida em cima do caminhão do Corpo de Bombeiros, desde a saída do Aeroporto até o Estádio Couto Pereira. Foi sem dúvida a maior festa que Curitiba já assistiu.

Curiosidades sobre aquela final:

Pela primeira vez o título do campeonato brasileiro foi conquistado por uma equipe fora dos estados mais tradicionais no futebol: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.

É o único campeão brasileiro que acabou com saldo negativo de gols.
Marcou 25 gols e sofreu 27.

Ao longo de 29 partidas, foram 12 vitórias, 7 empates e 10 derrotas.

Após uma campanha discreta na primeira fase, o Coritiba eliminou na fase seguinte Corinthians, Joinville e Sport.

Nas Semifinais o Coxa era a grande zebra frente o Atlético Mineiro.
Após uma atuação magistral do goleiro Rafael no Mineirão, chegou na decisão.

A final foi contra uma equipe de pouca tradição, o Bangu, em jogo único.

Eis a ficha técnica:

Bangu 1×1 Coritiba

Data: 31/julho/1985

Local: Maracanã (Rio de Janeiro);

Público: 91.257;

Juiz: Romualdo Arppi Filho (SP);

Cartão Amarelo: Mário, Gomes, Dida e Rafael;

Gols: Índio 25′ e Lulinha 35′ do 1º tempo;

Na Disputa por Pênaltis: Marcaram para o Bangu: Gílson, Pingo, Baby, Mário Marques e Marinho; Ado desperdiçou.

Marcaram para o Coritiba: Índio, Marco Aurélio, Édson, Lela, Vavá e Gomes.

Bangu: Gilmar, Márcio, Jair, Oliveira e Baby; Israel, Lulinha, depois Gílson e Mário; Marinho, João Cláudio, depois Pingo, e Ado. Técnico: Moisés.


Coritiba: Rafael, André, Gomes, Heraldo e Dida; Almir, depois Vavá, Marildo, depois Marco Aurélio, e Tóbi; Lela, Índio e Édson. Técnico: Ênio Andrade


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